"A imaginação é mais importante que o conhecimento."

Albert Einstein



segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Hunf


Sinto falta de alguém digno para conversar. As pessoas que tenho disponíveis para eventuais diálogos não têm a menor pretensão e paciência de ouvir minhas baboseiras (ou eu que não tenho vontade de confessá-las?). Estão todos tão estressados e fechados nos seus egos enormes que não são capazes nem de ler um bom texto do Luis Fernando Veríssimo que tive o trabalho de imprimir.

Não, não é o desprezo pelo texto e por minha boa vontade que estou revoltada (é sim), é que preciso falar e ninguém quer ouvir. Na verdade, preciso ouvir e ninguém quer falar. Quer dizer, falar todo mundo fala o tempo inteiro, mas dizer algo construtivo e inovador é difícil. Tá, pode falar coisas idiotas também, mas idiotices inovadoras, entende?

Ah, eu só queria alguém para ter aquelas conversas de horas que ambos queriam que durassem anos. Aquelas em que a gente cresce e se reconhece nas palavras. Conversas que nos inspiram a ser melhor, ou a ser assim mesmo e dane-se. Conversas leves que não importa quem eu seja, não importa o que fulano fez ou o que aquela lá comprou.

Sinto muita falta dessas conversas, por não tê-las estou perdendo o pouco da sensibilidade e imaginação que eu tinha. Não consigo escrever mais, só quando fico indignada assim. Estou começando a pensar e a ligar para as mesmas coisas que os outros. Se não escrevo aqui há tempos é por causa disso, pois todo texto que começo fica pela metade por eu achar que está brega e sem graça ou sem o menor sentido. Aí eu travo, não consigo escrever nada.

Minha caixa de rascunhos estava lotada, cheio de pretensões, mas nenhum texto decente. Não que alguém tenha culpa nisso, além da minha cabeça neurótica. E não que eu dependa de alguém para escrever alguma coisa, além da minha cabeça neurótica. Mas a falta de um bom papo deixa a gente meio desinteressado. E a falta de um bom livro também.

Enfim, só escrevi tudo isso pois eu precisava desabafar, falar um cado, sabe? Bom, vou parar de escrever e trabalhar. Até por quê estou em horário de serviço. E sim, não tenho vergonha na cara. Dane-se. E ah, não pare de vir aqui, nem todos os meus textos são de reclamações. Pelo menos a maioria.

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