"A imaginação é mais importante que o conhecimento."

Albert Einstein



segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diga Não Às Drogas

"Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de 'experimenta, depois, quando você quiser, é só parar...' e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de 'raiz', 'natural' , 'da terra', que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do 'Chitãozinho e Xororó' e em seguida um do 'Leandro e Leonardo'. Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente, comecei a chamar todo mundo de 'Amigo' e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi:
- Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano.
Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve... 'Banda Eva', 'Cheiro de Amor', 'Netinho', etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: 'É o Tchan', 'Companhia do Pagode', 'Asa de Águia' e muito mais.

Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes, então, meu 'amigo' me deu o que eu queria, um Cd do 'Harmonia do Samba'. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ela, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais . . . Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos 'Karametade' e 'Só pra Contrariar', e até comprei a Caras que tinha o 'Rodriguinho' na capa.

Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo. Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma 'música' que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorriamos fazíamos sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea 'As Melhores do Molejão'. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas 'miseráveis' e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir.

Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar 'Popozudas', 'Bondes', 'Tigrões', 'Motinhas' e 'Tapinhas'. Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saia a noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o 'caminho das pedras', outros extremistas preferiam o 'caminho dos templos'. Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.

Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas.

Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referências e definhar mentalmente.

Em vez de encher cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos "Fui.....";
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da Hebe ou ao Sábado do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no
Brasil; e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.


A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!"



Autor: Desconhecido (falaram que era de Luís Fernando Veríssimo, mas desmentiram)





Hahaha, conheço um bando de gente drogada!
Ah, só consertando uma coisa do texto do Luís Fernando Veríssimo: "* Não ligue a TV dia nenhum".

Grata.

Nenhum comentário: