"A imaginação é mais importante que o conhecimento."

Albert Einstein



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bem-aventurados



“Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.” Mateus 5:5


O mundo não conhece a mansidão. Vivemos numa sociedade violenta, aonde as pessoas têm por costume descontar nos outros o próprio descontentamento. E revidar é quase questão de honra. Quanta imaturidade!

Fui agredida verbalmente hoje. E sem nenhuma modéstia, fui muito mais educada que a senhora que me insultou. E olha que eu tenho 20 anos. Espero que na idade dela eu seja mais feliz e pacífica.

Ela estava com a razão, até no momento em que decidiu dirigir a palavra a mim. Foi uma discussão tola, motivada apenas pelo mau-humor dessa senhora não tão senhora assim e a minha TPM (é sério, normalmente eu não responderia). Claro que minha enorme mochila pesada que estava no meio do caminho ajudou para que eu fosse o alvo-escape dela.

Quem viaja de ônibus sabe como é difícil ficar em pé com bolsas. Imagine um ônibus lotado, uma mochila enorme e pesada que você apoiou em um ombro só para não atrapalhar a passagem da multidão e nenhuma alma caridosa o bastante para perguntar se queria que segurasse. Era eu até o ônibus esvaziar um pouco.

Decidi, antes que acabasse com meu ombro, colocar a mochila na posição certa e quando alguém precisasse passar eu viraria de lado. Já deu certo antes, daria de novo. Deu mesmo, depois dela falar grosseiramente para eu tirar a mochila das costa. “Não”, respondi.

Hãããã. Ela falou uma merda lá que não lembro. E eu respondi que todo mundo tinha mau-humor de manhã. “Não é questão de mau-humor, a sua mochila pega metade do corredor...blá blá blá”. Fiz cara de deboche (não é culpa minha, saiu naturalmente) e perguntei a ela se chegou aonde queria.

Bom, ela não respondeu a minha pergunta. Mas falou que não ia discutir com uma pirralha e saiu andando. É óbvio que tinha que dar a minha também: “E a senhora fazendo vergonha”. Ênfase na senhora, hahahaha.

Sim, me sinto ridícula. Que vergonha desnecessária. Queria deixar claro que normalmente não responderia esse mau-humor. Acho discussão perda de tempo. Respondi mesmo por impulso estressante hormonal (TPM) e me arrependi, como em todas as vezes que discuti.

Enfim, só acho desnecessário aquele modo de falar. Educação não está só no que se diz, mas na maneira que se diz também. Ela não precisava ter sido grossa para poder passar por mim. Garanto que se falasse só “Licença”, mesmo com tom grave, sairia da frente dela sem revidar, nem reclamar, pois eu realmente estava errada. Mas não admito que falem comigo daquele jeito sem motivo, ainda mais ela que nem conheço.

Não é por quê você aparenta estar com a razão que tem o direito de ser mal educado e grosseiro com os outros. Muito menos de se sentir superior o bastante para humilhar publicamente alguém. Antes olhe o próprio umbigo e enxergue que apesar de roupas, viagens, estudos, não passa do mesmo pó que os outros. A morte não olha isso, só vê mais uma vida a tirar.

Então vê, senhora, e abaixa o nariz empinado. Pois não é idade que decide o “Pirralha”, mas o comportamento. E o seu me indicou que quem está mais para essa designação não sou eu. Pelo menos, educação eu tenho.



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