Eles estão vindo, posso ouvir seus passos no metal velho.
-Corra!
Chegamos ao fim do tubo de aço que nos rodeava. Encontramo-nos numa sala enorme e iluminada por janelas velhas que começavam do meio para cima, um lugar abandonado. Abaixo de nós, bem mais fundo, o chão se estendia. Não há passagem.
-A janela! - Escalei os tubos emaranhados na parede até chegar a velha janela estilhaçada que dava para o mar sujo pela guerra. Tomara que seja fundo, pensei.
Enquanto ajudava-o a subir os monstros chegaram. Suas caras gosmentas de algo meio-vivo meio-morto nos caçavam pelo cheiro e som. Não demorou a nos perceber ali.
-Pula! - Antes de me jogar, já por fora da janela, ao perceber que estavam perto, peguei-o pela camisa branca e puxei com toda força. O peso ao cairmos juntos na água ajudou-nos a afundar.
"Mesmo depois de anos ela continua a mesma, apenas com mais pés de galinha e rudez".
Quando emergi, vi-o, agora líder daqueles que não podem dizer-se. Seus cabelos balançavam ao vento em seu rosto modificado enquanto nos farejava. Em um ímpeto, empurrei meu colega de fuga para debaixo d'água antes que fosse tarde. Temos que sair daqui, agora...
Daí que eu acordei. Um belo sonho para uma terça de manhã!
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